Com mais de 300 participantes, a 8ª edição do Lisbon Data & AI Forum (LDAIF) revelou-se um sucesso. No dia 6 de novembro, o LX Factory, em Lisboa, encheu-se de especialistas, nacionais e internacionais, e de entusiastas de Dados e Inteligência Artificial (IA) para discutir boas práticas e partilhar experiências de como a IA veio revolucionar os métodos de trabalho das organizações.
Criado em 2017, sob o nome de “Lisbon BI Forum”, o LDAIF surgiu de uma colaboração entre a Noesis e a Qlik com o objetivo de fazer nascer um evento de referência ao nível da Análise dos Dados e da Inteligência Artificial. É caso para dizer: missão bem-sucedida! Com a promessa de ser mais inovador de edição para edição, este ano, o evento focou-se em temas como Data Quality, ética e a criatividade da IA,a Cibersegurança em AI, Transformação Digital e muitos outros.
A Welcome Session foi marcada pela subida ao palco do nosso CTO, Nelson Pereira, que nos apresentou o painel de especialistas, bem como os temas a serem discutidos ao longo do dia, lembrando as edições anteriores e o caminho percorrido até o LDAIF se tornar naquilo que é hoje. Esta edição trouxe consigo várias novidades, nomeadamente, um novo espaço com uma atmosfera que incentivou o networking, mas também a presença dos nossos sponsors - Red Hat, Celonis, Qlik, IBM e IDC - e dos nossos media partners - Público e IT Insight.
Luís Gonçalves, Data Analytics & AI Director da Noesis, iniciou este encontro com um tema explosivo - “How AI can destroy your company?" -, alertando para os prejuízos que uma implementação da IA pouco ponderada pode trazer às organizações. “Decidimos não falar só das coisas maravilhosas”, disse, por isso a sua keynote quis, sobretudo, consciencializar os gestores de que há objetivos que devem ser definidos antes de se avançar para algo que “pode ser financeiramente doloroso”. No entanto, nem tudo é mau e existem soluções para combater certas expectativas irrealistas. Segundo Luís Gonçalves, há um conjunto de boas práticas capaz de potencializar a eficiência operacional, que deve levar as empresas a questionarem-se “o que é que queremos?”.
Com a ideia de que a Inteligência Artificial está a retirar-nos oportunidades de trabalho e a colocar em causa as human skills, Frank Giroux, Manager Digital Transformation da Bayer, está convencido de que “a IA não vai tornar as pessoas obsoletas”. Através da sua keynote, onde nos falou sobre os modelos de linguagem de grande escala (LLMs), referiu que os LLMs ajudam os “trabalhadores a lidarem com a incerteza”. Ou seja, as pessoas continuam a ser necessárias nas empresas para validarem os conteúdos e encontrarem as melhores soluções. É o caso da Bayer Pharmaceuticals que utiliza estes grandes modelos para alavancar e transformar a gestão da cadeia de fornecimento na indústria farmacêutica.
Fasten your seatbelts! Mina Boström Nakicenovic, Chief Technology Officer da FlightRadar24, apresentou-nos insights bastante valiosos durante a sua keynote - “From Raw Aviation Data, through Business Value, to Contributions to Humanity”. Sendo uma das plataformas de rastreamento de voos mais reconhecida mundialmente, a FlightRadar24 não só disponibiliza informações sobre rotas, voos e condições meteorológicas aos pilotos, como também facilita a identificação de aeronaves por parte dos planespotters. Quando questionada sobre o impacto que os dados da aviação têm na Humanidade, Mina não hesita em mostrar que a FlightRadar24 está um passo à frente - “Estamos em pontos do globo onde mais ninguém está (...) Conseguimos salvar algumas vidas”.
No entanto, há erros que vão sendo cometidos, mas Gabor Harsanyi, Head of M&CR Data Office da Ericsson, acredita que “faz parte da evolução”. Durante a sua keynote - “Skip the first draft of your data strategy - go straight to V2!” - explicou-nos o método de trabalho que a Ericsson implementou para otimizar e melhorar o seu desempenho empresarial. Além disso, procurou alertar-nos para os erros mais comuns quando criamos uma estratégia de dados, mencionando que a grande maioria das organizações ignora o valor real dos dados e “negligencia a compliance, a educação e a requalificação das equipas de IA”.
Para complementar estas keynotes, preparámos um conjunto de roundtables, moderadas por João Martins (DAAI), Luís Graça (Sales), Sérgio Fernandes (Sales) e Gabriel Coimbra (IDC), onde reunimos especialistas de grandes empresas portuguesas e internacionais - Fidelidade, Novo Banco, Grupo Brisa, Celonis, IBM, EDP, Santander, Banco de Portugal, Banco CTT - para partilhar experiências e insights sobre a implementação da IA em cada organização.
Cibersegurança, democratização da IA, Data Quality, GenAI e o sucesso dos negócios e ainda o fator resiliência na era da transformação digital foram os temas escolhidos para destacar os principais desafios e conquistas das empresas. Em comum, todas apontam para a eficácia e rapidez da Inteligência Artificial na execução de inúmeras tarefas como análise documental, criação de respostas draft, leitura e retenção de informação, composição de peças processuais e muitas outras. A lista de benefícios é enorme e segundo Nelson Pereira, CTO da Noesis, “o que podia levar semanas, agora leva no máximo um dia”.
Relativamente ao futuro, Bruno Tinoco, do Novo Banco, deixa uma mensagem importante: “as interações vão ser cada vez mais automatizadas, mas nunca vamos perder o human touch” porque há momentos que pedem interações humanas. No entanto, o CTO da Noesis explica que “não vale a pena fazer planos a cinco anos, nem a três, porque para o ano pode estar tudo muito diferente.”
E assim, se escreveu mais um capítulo do Lisbon Data & AI Forum - evento que cresceu e evoluiu de uma forma notável, mantendo o compromisso de partilhar conhecimento para impulsionar a transformação tecnológica em Portugal e além-fronteiras. O nosso ADN de inovação pretende “inspirar as pessoas e fazer com que voltem para as suas empresas para fazer algo diferente”, remata Luís Gonçalves.
Deixamos a pairar a curiosidade e a antecipação sobre o que esperar da próxima edição.